A vida passa e numa dessas passadas me levou com ela, sem
destino, ao desalento, ao meu desarmamento de um amor lento, me tirou a paz e
fez dormir sorrindo pra não chorar. Não quero que fique o não-dito pelo olhado,
o não vivido pelo imaginado, eu preciso falar. Preciso dizer a você o que você
representa pra mim, preciso dizer que te quero bem, preciso dizer que pra mim
você é singular, sempre será assim e queria pedir a você que fosse muito feliz,
mas minha mente me impede de te amar com tal voracidade que o coração começa a
parar de sentir, apenas pulsa.
A noite chega, a noite dos amantes, dos desejos, dos seus
beijos que hoje já não cabem mas a mim só lembrar, queria ver-te olhar o que
sinto, mas seus olhos rendem os meus, me desarma, me lança conta o tempo, me
faz sambar um sambinha bom e quando volto a você o riso volta junto, só por te
ver.
A manhã talvez nunca volte para nós, talvez para mim e para
você.