A vida
me anda amigável, o ar soando mais doce e o coração com um leve sabor amargo
banhado em passado ao leite. Todas as manhãs acordo como quem nunca acordou,
como quem nunca viveu, com sede de água da chuva desaguando no mar, tudo anda
tão bem, tantas novidades e pessoas novas, lugares novos e até novas sensações,
o novo me convida mas o passado me define, por mais que eu ame o novo eu sempre
valorizarei o meu passado. A escova está sobre a pia e rosto refletido no
espelho e no reflexo do espelho vejo um par de olhos, não olhos de ressaca de
uma cigana obliqua e dissimulada mas sim de um adolescente que se sente fora do
mar, ou melhor, a beira-mar, à beira de um mar de sensações e novidades e
expectativas, seus olhos refletiam tantas coisas que não poderia nem sequer ver
um pedaço delas, mas posso tirar algumas partes, como a palavra mãe fixa em sua
íris e alguns rostos intimos perambulando pelo globo ocular, as pessoas afirma
que levam as outras no coração, eu a levo nos olhos para que todos os vejam
refletidos em meu rosto e saiba que tudo o que sou, não sou sozinho, sou eles,
deles, por eles, para ele, pr’eles. O all star vermelho meio surrado já está
amarrado e caminham em direção a porta, digo os pés pois não sei onde anda
minha cabeça, na maioria das vezes anda em tantos lugares que insiste em ficar
parada atrás de um balão colorindo o céu a espera de um momento para poder
pousar em seu corpo novamente. As unhas medianas se aproximam da porta, o giro
se tornou reflexo e a abertura cotidiana assim como todo a vida, cotidiana mais
boa, amo os meus dias, amo todos os meus 18 anos e alguns meses e amo tudo o me
tornou o que sou, quanto ao resto dos meus anos eu espero que sejam assim,
exatamente iguais aos que passaram, dosado em alegria em sofrimento, sim, sofrimento,
pois eles nos ensina a valorizar as pessoas que temos em volta. A boca assimila
um coração que se rompe em apenas um lado do face, o lado esquerdo, de certeza
que todos os seus intimos desejos e intimos prazer estão por vir, ao acordar
essa manhã, escovar os dentes, amarrar os sapatos e ir buscar meus sonhos.
sábado, fevereiro 25, 2012
domingo, janeiro 15, 2012
Alzheimer
Quando eu me esquecer de tudo, de todas as minhas dores, de todos os meus amores, de todas as minhas cicatrizes eu me esquecerei de mim, ficarei perdido entre o que eu fui e o que eu nunca mais vou ser, estarei provavelmente atingindo a uma idade avançada e o esquecimento irá me sucumbir, esquecerei meu nome, meu rosto, como se fala, mas sempre que eu te ver meu coração irá bater diferente, minha boca vai se movimentar diferente apenas pra um lado, sem entender o porque uma lágrima cairá dos meus olhos e você entenderá que mesmo eu esquecendo de mim me lembro da importância de você.
domingo, janeiro 08, 2012
Questionamento
Quanto vale o valor?
Quanto ama o amor?
Quem ouve o ouvido?
Quem vive o vivido?
Quem tem o tido?
Quem vem no ido?
E você? Quem tem sido?
Quanto ama o amor?
Quem ouve o ouvido?
Quem vive o vivido?
Quem tem o tido?
Quem vem no ido?
E você? Quem tem sido?
sábado, dezembro 24, 2011
Uma Gota Move o Mar
Era uma noite comum a do dia 24 desse triste dezembro de 2011, uma noite como as outras, regado a bons filmes e tudo o que puder comer, nem que seja com os olhos. O céu havia mudado, estava negro, negro como a alma das pessoas nessa data. A chuva começou a cair. Caia com toda a fúria do mundo, caia em cima de casas, carros, cimento, caia com as dores e os pesares dos céus, pois nesse dia as nuvens se encheram de pedidos. As pessoas mudam no natal, se arrependem de todos os atos desumanos e pedem a Deus que tudo fique bem, ora, ora, uma hora tudo isso iria desabar sobre a nossa cabeça, todos esses pedidos falsos, essas falsas verdades e essa falsa bondade e senso humano, mas, como tudo na vida, passou, mais rápido do que imaginávamos, talvez dessa vez a maioria dos pedidos tenham sido verdadeiros, e não se preocupe com o seu pedido falso, amanhã fará sol, eles voltaram às nuvens e quem sabe se realizem?!
quinta-feira, dezembro 22, 2011
Para Um Dia Ser Adubo
Toda essa podridão amassada neste sujo embrulho engordurado e rasgado que me faz um ser, todos esses vermes sedentários que perambulam pelas minhas entranhas, por todo o catarro que a vida que cuspiu, por toda merda que a vida me fez engolir e por toda merda que ainda está por vir. Esse é o meu lado sujo da vida, engula-o!
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