sábado, abril 27, 2013

Inho


Ao sinhozinho,
Oh, meu benzinho,
Vejo sempre amanhecer azulzinho
Quando fico ao seu ladinho.
Podes ser pequenininho,
Mas inho é muito mais que muito ão.
Não adianta seres um homão
Se não couber em ti um coração
Se não divides comigo sua mão
Seria como vida em solidão.
Por isso quero-te sempre inho,
Sempre com carinho,
Tudo de mansinho,
Para nunca mais se encontrar sozinho.

Ao meus vícios imorais à Vinícius de Moraes


Ah, quanta falta eu sinto da simplicidade.
Ah, quanta falta eu sinto da velha cidade
Das manhãs de verão, das meninas na praia.
Ah, que saudades sinto da baia de Guanabara,
Dos bares da lapa, da vista do corcovado.
Se passaram cem anos de passagem
Sem você nos guiando com maestria.
As garotas de Ipanema, saravá.
Ao boêmios cariocas, sarava.
A poesia de bar, sarava.
Ao jeito certo de viver, sarava.
Ao meus vícios, ao Vinícius, saravá!

Vômito em quatro letras


A cama parecia cheia enquanto você deitava vazia.
As taças permaneciam como as havia deixado.
Você já não era mais a mesma.
A noite seguiu como costumeira.
Os mesmos toques, os mesmos lugares,
o mesmo ritmo, o mesmo tempo
e quase cronometrado, o orgasmo.
Na manhã seguinte tudo estava certo
mas nada estava em seu lugar,
meu estomago estava na cabeça
e minha mente revirava.
Meu coração saia a boca
como um vômito atrasado
que já deveria ter tido.

terça-feira, fevereiro 26, 2013

Sem, sa, são.

O toque sugere
o desejo instiga
os cotovelos de enlaçam
o corpo arrepia
os olhos se fecham
a mente pensa no abraço
a mente pensa no toque
o toque de um corpo
e não de um só membro

A lua ilumina
a luz falta
o reflexo alucina
a sugestão de uma curva
o brilho dos olhos
a lanterna da alma

Água corrente
corpo febril
mente doente
vida senil

domingo, janeiro 13, 2013

A ilusão de um abraço

A maior ilusão do mundo está em ser algo concreto, o sentido da vida é definido pelo incerto. A ilusão do abraço é o que mais me tormenta, como podemos acreditar que durante instantes todas as nossas dores estão dividas em dois? A realidade é tão sorrateira e cruel que em instantes você se vê só novamente, pra lhe mostrar que as suas dores são suas, apenas suas.