A mão salta do bolso
Ajeita o cabelo
Chacoalha o relógio
Amarra os sapatos
Fecha o cinto
Arruma o óculo
Procura um cigarro
Acende e fuma.
A mão volta ao bolso.
A mão coça as pernas
Divide os dedos dentro e fora do bolso
Pega o celular
Coloca o celular no bolso
Procura outro cigarro
Acende e fuma.
A mão volta ao bolso.
A mão salta do bolso
Mas não quer ajeitar o cabelo
Nem chacoalhar o relógio
Sequer amarrar os sapatos
Ou fechar o cinto e nunca arrumar um óculos.
Procura um cigarro
Acende e fuma.
A mão cansou de suas ações
Decidiu que será útil apenas para o que for necessário
A mão não quer mais ser apenas parte do mesmo corpo
A mão quer toque
A mão sente falta de uma outra mão que não a sua
A minha mão sente falta da tua.
segunda-feira, agosto 26, 2013
terça-feira, maio 14, 2013
Menino da Gema
Menino carioca,
Menino da lapa,
Da rapa,
Da vida gasta
De um findo amor.
Menino do ar
Que sonha o mar
E que não tarda a calhar
Em um peito meu.
sábado, abril 27, 2013
Luminárias
Aí, que saudades sinto do cheiro de terra.
Quanta falta sinto do meu ribeirão.
Sinto falta da Dona Lindalva dando aula no colégio,
Dos domingos lotados de tédio.
Falta dos vizinhos mais próximos,
De pular a laje para fazer arte no porão.
Óh, quanta falta, quanta recordação.
A infância, dança, cansa, mas nunca irá me deixar.
A criança que sou, eu fui lá.
Eu aprendi lá.
Eu dediquei lá.
Os meu valores, os meus temores, minha parte mais doce da
vida.
De uma cidade de luzes,
De uma cidade, Luminárias.
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Inho
Ao sinhozinho,
Oh, meu benzinho,
Vejo sempre amanhecer azulzinho
Quando fico ao seu ladinho.
Podes ser pequenininho,
Mas inho é muito mais que muito ão.
Não adianta seres um homão
Se não couber em ti um coração
Se não divides comigo sua mão
Seria como vida em solidão.
Por isso quero-te sempre inho,
Sempre com carinho,
Tudo de mansinho,
Para nunca mais se encontrar sozinho.
Ao meus vícios imorais à Vinícius de Moraes
Ah, quanta falta eu sinto da simplicidade.
Ah, quanta falta eu sinto da velha cidade
Das manhãs de verão, das meninas na praia.
Ah, que saudades sinto da baia de Guanabara,
Dos bares da lapa, da vista do corcovado.
Se passaram cem anos de passagem
Sem você nos guiando com maestria.
As garotas de Ipanema, saravá.
Ao boêmios cariocas, sarava.
A poesia de bar, sarava.
Ao jeito certo de viver, sarava.
Ao meus vícios, ao Vinícius, saravá!
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