terça-feira, novembro 27, 2012

Esperando o Tempo Passar

O céu, é minha única visão neste momento. Como é doce sentir a companhia das nuvens nessas tardes quentes de verão. Alguns pássaros cantavam nas árvores enquanto outros voavam, alguns circulavam e voltavam, outros sagazmente passavam e seguiam. Me perdi no tempo, me perdi em meio a esses passeios com pássaros, em meio a este passeio com asas.

É... a vida passou, estou aqui, cruzando uma terceira década de existência e sempre penso na mesma coisa. Quando deitei na rede naquela tarde foi pra ver o voo dos pássaros, todos se foram, até os que cantavam nas árvores, assim também ocorreu com as nuvens, todas elas se foram, daquele lugar, daquela lembrança só ficou o que estava preso. Eu queria entender o que é se sentir preso.

Hoje, a Rua das Laranjeiras é o meu endereço, mas em quantos outros também já passei e quantos lugares passaram por mim. Lembrei dos lugares que passei, mas que ficaram em mim, como a Av. Bartolomeu, lembro de um amigo que sempre se amedrontava em meio a imensidão dos altos prédios nas solitária avenida. Lembrei do meu primeiro endereço, do primeiro numero de telefone de casa, das primeiras brincadeiras com amigos, das primeiras pessoas que achei que ficariam e passaram.

A nostalgia de observar as velhas fotografias no quarto sujo e mofado que eu pertencia me enchiam de tristeza, algumas pessoas ainda permaneciam, as mesmas faces, os mesmos olhares, mas algumas já não me pertenciam mais. Olha para o final daquela antiga fotografia, vi alguém que já não mais respira.

A luz da lua estava fraca, minha vista doía, mas não me importava, isso também iria passar. Assim como as pessoas em minha vida, assim como os falsos amores, assim como as dores. É preciso aprender a aceitar que não há nada que nunca irá passar.

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